Page 86 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros

              gaiolos nas estradas asfaltadas, diretamente para os gran-
              des centros. Aurelino, Beguito, os “Marocas”, Elói, Roti-
              lo e outros ficaram num passado remoto, como também,
              aquelas movimentações com boiadas compridas e empo-
              eiradas nas estradas mineiras. Coisas que existem só nas
              recordações de alguns que ainda vivem para contar à
              posteridade. Tudo passou até mesmo a vida daqueles
              heróis do campo. Hoje, ainda existe grande criação de
              gado no Norte de Minas, porém com manejo intensivo
              e com tratamento racional. Há exposições de reses de
              sangue puro para atividades leiteiras e de cortes, esco-
              lhidas de raça especiais através de pacientes experiên-
              cias, como: holandês, nelore, gir, guzerá e outras raças
              precoces de genéticas aprimoradas, tratadas nas mo-
              dernas cocheiras com rações preparadas para leiteria
              ou para engorda.
                    Atualmente, não se fala mais daquele tempo passado.
              A mocidade de hoje não interessa saber a respeito de assun-
              tos dessa natureza, e nem mesmo, como viveram seus ante-
              passados, com os costumes e recursos regionais da época.
                    Os carreiros, os tropeiros e os vaqueiros foram, no
              passado, a mola mestra na fomentação da economia do
              sertão norte-mineiro e da sobrevivência de seu povo.
                    Hoje, há peões especializados em torneios de gran-
              des parques de exposições com finalidade financeira e de
              diversão popular. Também, as prefeituras municipais pro-
              movem rodeios constantes para entreter o “povão”. Mas,
              aqueles vaqueiros, com vestiduras regionais feitas de cou-
              ro curtido que rasgavam com o peito matas fechadas no
              encalce do boi bravo, foram substituídos pelos “Cowboys”
              vestindo roupas exóticas, com botas elegantes e chapéus
              abas largas, para alegrar o povo nas grandes festas rurais
              com programações sofisticadas e de instalações luxuosas.
              Também, os cavalos espirituosos e treinados para o cam-
              po, não existem mais, foram substituídos por marchado-
              res de raça pura para demonstrações públicas e também,

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