Page 84 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros

              que conheci em Barreiras. Naquele dia fiquei conhecendo
              o Rotilo, com fama de melhor vaqueiro da região. Havia
              outros, também renomados, prontos para pegar a novilha
              gorda de mais de doze arrobas.
                    As famílias da vizinhança chegavam aos poucos,
              ansiosas para conhecer o melhor vaqueiro da competição
              e participar da festa. Dona Maria mostrava grande satis-
              fação, porém agitada e preocupada com os afazeres das
              cozinheiras envolta dos tachos em ebulição, cheios de fava
              e arroz para servir com o esperado churrasco. Todavia,
              ela não descuidava das visitas espalhadas nas imediações
              da sede. Umas sentadas dentro dos galpões, outras, em
              baixo das árvores em derredor do pátio. A rapaziada as-
              sentada nas cercas do curral “de olho” nas mocinhas,
              que exibiam charmes pelo pátio, e a meninada agitada
              correndo pelo terreiro.
                    Às nove horas, mais ou menos, Dona Maria orde-
              nou a caça e os cavaleiros, já prontos, partiram rumo à
              larga, onde deveriam encontrar a novilha bravia, destina-
              da ao churrasco. Eu, montando o meu portentoso cavalo
              alazão e Zezinho no seu veloz cavalinho pampa, pega-
              mos a fila, pensando que éramos gente grande. Chegando
              à larga de mata fechada, os treinados cachorros de va-
              quejadas deram o sinal. Os peões embrenharam na mata
              rumo aos ganidos dos cães que já estavam em persegui-
              ção à novilha. A corrida estava iniciada e cada um queria
              mostrar mais serviço do que seu companheiro, porém, al-
              guns foram, aos poucos, perdendo dentro da mata e fi-
              cando para trás. Eu e Zezinho, como peixes fora d`água,
              corríamos pela estrada seguindo aquela movimentação em
              ziguezague da caçada implacável. Nas constantes traves-
              sas, víamos passar a novilha, o Elói no seu encalce e o
              Rotilo logo atrás. Depois, os outros que ainda restavam na
              competição. À tardinha, os vaqueiros conseguiram derru-
              bar e sangrar a novilha numa clareira da mata. Um car-
              reiro tocando um carro puxado por dois bois troncudos

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