Page 88 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
O 10º BATALHÃO EM BRASÍLIA (DF)
Lázaro Francisco Sena
Cadeira nº 56
Patrono: João Luiz de Almeida
A participação do 10º Batalhão no movimento cívico-militar
de 1964 foi sintetizada pelo historiador e sociólogo João Cami-
lo de Oliveira Torres, em sua obra Razão e Destino da Revolu-
ção, publicada ainda no final daquele ano:
“Uma operação menos focalizada pelo noticiário e
talvez mais difícil foi a do 10º Batalhão da Polícia Mineira,
sob o comando do Tenente-Coronel Georgino Jorge de
Souza. Deslocando-se de Montes Claros em direção a Pa-
racatu – seu objetivo era fechar a porta da Capital – esta
tropa, por estradas apenas carroçáveis, atravessou o terri-
tório mineiro de Leste a Oeste, numa arrancada fulminan-
te, digna de um Rommel. As tropas da guarnição da capi-
tal volveram a suas posições originárias, para balizar afi-
nal a entrada do batalhão mineiro em Brasília. Foi um fei-
to de armas que, embora incruento, revelou capacidade
de movimentação, poder de direção, competência dos co-
mandantes e bravura de nossos soldados.”
O boletim interno nº 59, de 31 de março de 1964,
uma terça-feira, ao publicar a “ordem do dia” do coman-
do da Unidade para a quarta-feira seguinte, reflete a mais
pura normalidade para a tropa, inclusive prevendo cha-
mada às 07h00 e dispensa às 12h00, após a revista geral,
como já era o costume naquela época. O então tenente
Antônio Moreira Neto foi escalado para 1° de abril como
“fiscal de dia” e não “oficial de dia”, como deveria ser em
caso de qualquer possibilidade de alteração da ordem, si-
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