Page 90 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros

              madas, pela sua competência legal e movidas pelo espíiri-
              to cívico, senão que assumissem o comando do movimen-
              to e espantassem de vez aquela intervenção estrangeira
              em nosso país.
                    Como força reserva do Exército Brasileiro, e aten-
              dendo ao chamado do seu comandante-em-chefe, o então
              governador José de Magalhães Pinto, a Polícia Militar de
              Minas Gerais aderiu incontinenti ao movimento, cabendo
              ao 10º Batalhão a difícil missão de participar da ocupação
              de Brasília, capital da República, para implantação do
              novo regime político.
                    Noite de sobressaltos para o 10º Batalhão, aquela de
              31 de março de 1964. Em vez de ser dispensada a tropa às
              18h30, como era o costume, a Unidade recebeu ordem para
              embarcar, imediatamente, para Brasília-DF, para integrar
              as forças revolucionárias que participariam da deposição,
              pelas armas, do presidente João Goulart, se assim fosse
              preciso. Embarcar como, se o Batalhão não dispunha de
              um único veículo ao menos adaptado para o transporte
              de pessoal ?! Em situação como aquela, isso não é pergun-
              ta que se faça. Requisite-se os veículos necessários, onde
              quer que eles se encontrem. Foi assim que o DNOCS –
              Departamento Nacional de Obras Contra as Secas entrou
              na campanha revolucionária, fornecendo a sua frota de
              novos caminhões, sob requisição, para o transporte da tro-
              pa até o seu destino. Não é preciso, e nem possível, dizer
              como tudo aconteceu naquela noite, mas um fato pitores-
              co, embora indigno para os princípios militares, precisa ser
              dito, para reflexão: conta-se que um soldado de nome não
              citado, quando já se encontrava formado em seu pelotão,
              armado e equipado, pronto para o embarque, aproveitou-
              se da confusão do momento e pediu a um seu companheiro
              que segurasse o seu fuzil, enquanto ele iria ao banheiro. E
              assim ele se foi, para nunca mais voltar, desertou.
                    Buscando um testemunho pessoal da operação realiza-
              da pelo 10º Batalhão em Brasília, entrevistamos o Cel. Antô-

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