Page 89 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
tuação em que o oficial, obrigatoriamente, deveria pernoi-
tar no quartel. Mas não foi o que aconteceu...
É preciso relembrar que, política e ideologicamente,
àquela época, as nações se encontravam polarizadas, sob
a síndrome da “guerra fria”: de um lado os Estados Uni-
dos da América, como símbolo do capitalismo, e do outro
a extinta União Soviética, como timoneira do comunismo.
O pobre planeta terra vivia sobressaltado com as ameaças
recíprocas de emprego dos arsenais atômicos, o que seria
capaz de varrer, de uma só vez, toda forma de vida então
existente. A União Soviética havia “conquistado” Cuba e
ali implantado o seu regime comunista, criando, na antes-
sala dos Estados Unidos, uma base estratégica para chegar
aos demais países do continente americano e neles implan-
tar a sua ideologia política. É claro que o Brasil, pela sua
dimensão territorial e pelo potencial econômico, transfor-
mou-se no alvo principal. Junte-se a isso a pusilanimidade
e a leniência do governo brasileiro, instabilizado após a re-
núncia do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961.
Para a nação brasileira de então, era iminente e, ao
mesmo tempo, inadmissível a implantação do comunis-
mo ateu em nosso país, rompendo toda uma tradição cul-
tural de fundamentos cristãos e democráticos. As forças
conservadoras se insurgiram e o povo foi às ruas, para-
mentado de símbolos religiosos, para afastar o perigo da
sovietização e implantação da ditadura do proletariado,
de tão funestas consequências, como ainda o atestam os
regimes políticos de Cuba e da Coreia do Norte. Nasceu
daí o movimento cívico-militar que derrubou o governo
tendencioso do presidente João Goulart, que por duas dé-
cadas foi chamado “Revolução de 31 de Março de 1964”,
e que, logo após e até o presente, passou a ser tratado como
“Ditadura Militar” pelos meios de comunicação domina-
dos pela ideologia “esquerdista”.
Dentro de tal ebulição política que ameaçava a Re-
pública, não era de se esperar outra coisa das forças ar-
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