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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
          de suados ferreiros de antanho. A casa de Haroldo, de telhado de
          aroeira lavrada a golpes de enxó por mãos competentes, tem repetidas
          ripas de jacarandá! As paredes das salas mais nobres são revestidas com
          lambris e o piso é digno das passadas de um comandante-centurião.
          Na frente, o arquitetônico ornato de uma resistente cimalha dá o to-
          que do poderio e da força de uma escolha consciente do construtor e
          mestre-de-obras, orgulho da arte de cantaria.

               O fundo do nobre solar, após generoso quintal de frutos opi-
          mos, divisa com as mais cristalinas águas do rio de areias brancas, leito
          de pedras polidas, barrancas atapetadas de grama verdinha e capim
          gordura. Ao longe, mas não muito distante, o perfil elegante de cen-
          tenárias árvores a formar moldura com o azul de ferrugem das serras
          e a linha cinzenta-celeste do horizonte. Tudo uma graça, um encanto
          para os olhos e um prazer para o coração...
               Por tudo isso, pelo amor, pelo romantismo da decisão comer-
          cial, pela poesia, pelo gosto, pela nobre humildade e pela humilde
          nobreza de sã consciência, prevalecendo-me não sei de que autorida-
          de, não tenho dúvida de atribuir a Haroldo Lívio, culto e intelectual
          senhor das Minas Gerais, o Título de Barão de Grão-Mogol.

























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