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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
          certo de que ela estará sendo fotografada e dando uma entrevista para
          os repórteres da TV e apresentando ideias para a moçada dos jornais
          e das rádios. Voz de moça de trinta anos, com toda uma lógica no
          raciocínio e uma perfeita coerência de ideias. Numa rara queixa esta
          semana, ela me disse, por telefone, que acha que está envelhecendo,
          pois se vê distraída, sentindo umas tonteiras e tendo dificuldade para
          subir escadas. Claro que velha seria a avó dela se ainda estivesse viva.
               De publicação, Yvonne Silveira tem Montes Claros – Crôni-
          cas, “Cantar de Amigos - Poemas, História do Elos Clube de Montes
          Claros, Montes Claros de Ontem e de Hoje, e Folclore para Crian-
          ças, (em parceria com Zezé Colares) e Brejo das Almas – Contos e
          Crônicas, livro dela e do marido Olyntho Silveira. Foram muitos e
          muitos os prefácios para livros de amigos, muitas as análises literá-
          rias, muitos poemas e crônicas, muitas as peças para apresentações de
          teatro. Professora de tudo quanto é escola em Brejo das Almas e em
          Montes Claros, nunca houve na sua vida um dia de desemprego, tra-
          jetória do ensino primário até a eficiência universitária. O cargo talvez
          mais elevado entre os muitos que tem exercido seja o de Diretora da
          Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Norte de Minas, nossa
          querida Fafil. Isso sem falar que foi professora de História das Artes
          no Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez, ao tem-
          po de D. Marina. Presidente da Academia Montesclarense de Letras
          desde 1985, nunca teve vontade de deixar o cargo, nem vai deixá-lo,
          dizendo-se sempre influenciada por Austregésilo de Athayde, da Aca-
          demia Brasileira de Letras, e por Vivaldi Moreira, da Academia Mi-
          neira, que tiveram mandatos infinitos e existenciais. Só aos quase cem
          anos, ela admitiu passar o cargo para “alguém mais novo/a”, acredito
          uma grande conversa da boca para fora, porque de alma sempre nova,
          ela sempre sentiu a perpetuidade do seu mandato. Iluminar, iluminar
          tudo, iluminar todos, iluminar sempre, esse é o seu lema, essa a sua
          trajetória, esse o seu dever, o que entende por sua missão.

               Yvonne e Olyntho realizaram, lá pela meia idade, uma mais
          do que querida adoção. Receberam, com muita alegria, Ireni, Ireni
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