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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
                    Haroldo Lívio, ou melhor, Doutor Haroldo Lívio de Oliveira,
              brasileiro, advogado, casado com a socióloga, D. Maria do Carmo, é
              hoje senhor de um solar antigo e sensorial na cidade de Grão Mogol.
              Senhor legítimo de uma antiga casa, grande e imponente, construída
              possivelmente por mãos escravas, de paredes de pesadas pedras, esca-
              vadas com o suor do século passado. Caso de amor à primeira vista,
              Haroldo embeiçou-se pela nobre vivenda e sentiu-se imediatamente
              na pele de um poderoso grão-proprietário, dono da segurança de uma
              fortaleza ao mesmo tempo urbana e histórica. Viu e gostou. Gostou e
              comprou. Comprou e pagou. Pagou por ser o incontestável possuidor
              da possuída posse.




























                                 Haroldo Lívio e Maria do Carmo.

                    A casa de Haroldo, amigos, não é uma casa comum, que a escri-
              tura diz construída de alvenaria, de simples e perecíveis tijolos. É obra
              granítica, com paredes de meia braça, a sustentar janelas coloniais,
              portas imensas, de duas bandas, com pesadíssimas traves e ferrolhos,
              frutos, não só da segurança mineira como da senhorial competência

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