Page 46 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros

              uma demanda entre as autoridades do município, ecle-
              siásticas e legislativas. Até o ano de 1896 a administra-
              ção foi leiga. Em razão da doação inicial do Padre An-
              tônio Augusto, a igreja reivindicou a administração,
              tendo o apoio dos vereadores. Em 1906, a discussão foi
              retomada pela Câmara Municipal, sendo a reivindica-
              ção retirada pelo autor do projeto, vereador Honor Sar-
              mento. Após mais de cinquenta anos de utilização, o
              cemitério tornou-se pequeno.
                    Em fins de 1934 construiu-se um cemitério junto
              ao Alto Santa Terezinha, onde hoje funciona a Auto-
              norte. O primeiro cadáver nele sepultado foi o de Fran-
              cisco Luiz de Carvalho (Chico Dominguinho), tio-avô
              do autor deste texto. Foi muito pouco utilizado e logo
              abandonado. Nessa mesma época, por iniciativa de
              Francisco José Guimarães, foi deflagrada uma campa-
              nha sob os auspícios da União Operária para a cons-
              trução de novo cemitério nas proximidades do Morri-
              nhos, também conhecido por Cecé. Foi inaugurado em
              13 de julho de 1935, sendo o primeiro sepultamento o
              da indigente Antônia Paulina de Jesus. É este o atual
              cemitério de Montes Claros. Recentemente (há três dé-
              cadas) foi construído um novo espaço em área contí-
              gua ao Cemitério Municipal.
                    Outros cemitérios surgiram, como o da Malhada de
              Santos Reis e o Cemitério dos Paus Pretos, que ficava ao
              lado do viaduto da BR-135. Embora em ruínas, este últi-
              mo poderia ser visto até os anos de 1990.
                    Hermes de Paula (1957) comenta com muita propri-
              edade que, em 1951, o Bispo Diocesano requereu à Câma-
              ra Municipal a revogação de uma das cláusulas do Códi-
              go de Posturas Municipais, permitindo a venda em lotes
              do velho cemitério. A Câmara, em respeito à opinião pú-
              blica e pelo grande apelo sentimental, recusou-se à tal des-
              consideração para com a população montes-clarense. Fa-
              zendo uso de seu poder, o prefeito da época efetivou a

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