Page 45 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
Embora careça de pesquisa para a comprovação
se havia na Matriz uma diferenciação nos espaços san-
tos e/ou privilégios nos enterramentos, atrelada ao es-
tado social daquele que passava para o outro mundo,
pela documentação consultada - o livro dos óbitos - não
foi possível perceber qualquer distinção: a partir de ja-
neiro de 1832 senhores coronéis e um grande contin-
gente de escravos eram sepultados no âmbito da igre-
ja, sem registro se ocorria em seu interior ou no cemi-
tério lateral.
Em 21 julho de 1835, a comissão encarregada de es-
colher o terreno para o novo cemitério da Vila de Formi-
gas opinou favoravelmente, estabelecendo que deveria “ser
marcado o lugar de saída dessa vila para o Ribeirão, de-
fronte aos esteios levantados para a igreja do Rosário, don-
de o fabriqueiro ficou inteirado do lugar marcado” (VIA-
NA, 1964; 2007). O Parecer foi aprovado, mas, conforme
Paula (1957), quatro anos foram necessários para a apre-
sentação da planta desse cemitério que descrevia, em 12
de agosto de 1839, “duzentos palmos em quadro, um por-
tão grande na sua entrada, um nicho no fundo e um cru-
zeiro, devendo o muro ser fabricado de taipa, como me-
lhor invenção fosse e mais barato”. Muito pouco se sabe
sobre esse campo santo, seu desmembramento foi quase
total e não há registros fidedignos.
Em 1877, o engenheiro Alberto Schrimer apresen-
tou na Câmara Municipal o orçamento do novo cemité-
rio público da cidade de Montes Claros. O local seria a
continuação da rua Jatobá, atual Coronel Prates, nas
proximidades da Santa Casa, mas não chegou a ser
construído. Houve sugestão de mudança de local, sen-
do a opção uma área menos povoada na rua Padre
Augusto, nas proximidades da Catedral. Ficou pronto
em 1882 sob a coordenação do Padre Antônio Augusto
Alkmin, que abriu uma subscrição, doando trezentos
mil réis. O gerenciamento desse campo santo instalou
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