Page 118 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
ter viva a memória cultural de um povo, mas vai além,
pois, adquire nova conotação no decorrer do tempo e
hoje não remete somente a história do negro, mas tam-
bém a história do Brasil., com todos os seus conflitos so-
ciais, através das representações religiosas e culturais.
Principalmente através dos seus santos negros, neste caso
específico, Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e o
Divino Espírito Santo.
2.1 A FESTA NA CIDADE DE FRANCISCO SÁ
As Festas de Setembro, em Francisco Sá, tem início
no dia 7 de setembro, com o hasteamento da bandeira de
Nossa Senhora do Rosário e finda no dia 10 do mesmo
mês. Os catopês assumem vários compromissos no decor-
rer da festa e quando têm início os reinados, eles partici-
param dos hasteamento de bandeiras, participaram das
missas, das procissões, dos cortejos e dos almoços festivos.
Os ensaios que se iniciavam meses antes, atualmente não
contam a participação de todos os catopês, havendo al-
guns que aparecem já no dia das comemorações.
Os catopês contam com pandeiros, tamborins, tam-
boril e zabumbas como instrumentos musicais, que em sua
maioria ainda são produzidos pelos próprios integrantes.
2.2 A BANDEIRA
É o hasteamento da bandeira que marca o início da
festa. É o momento em que os catopês saem às ruas em
cortejo, usando trajes típicos, indo em direção à casa dos
mordomos para pegarem a bandeira, e chegando ao local
pedem licença cantando.
Ô dono da casa, vamos pedir a licença
Ô dono da casa, vamos pedir a licença
Vou pedir a licença senhora
Olé vamos senhora
Olêlê senhora, olêlê senhora.
E dando prosseguimento aos festejos, os catopês se di-
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