Page 120 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
guem para casa do festeiro onde será servido o tradicional
café da manhã. Nesse dia ainda, por volta do meio dia é
servido também um almoço a todos os participantes da fes-
ta. Como os festeiros são pessoas abastadas financeiramen-
te, são eles próprios que custeiam o café da manhã, o almo-
ço, a decoração da igreja, das ruas por onde passam o cor-
tejo e também pela banda de música que o acompanha.
E como prêmio por todos esses gastos atualmente
são os próprios festeiros ou os seus filhos que são coroados
reis e rainhas da festa. E nesse trajeto em direção a casa
do festeiro vão entoando canções como:
Nós viemos, nós viemos, nós viemos
Nós viemos, com amor e alegria
Nós viemos para festejar
A virgem Santa Maria
E em direção à igreja onde acontecerá a missa cantam:
Lá vem o nosso rei
Com sua rainha ao pé
Lá mais atrás o pretinho de guiné
Os catopês organizam-se em fileiras e vestem-se com
camisas brancas e chapéus ornamentados com espelhos,
papel picado e fitas de cetim coloridas., o mestre se veste
de modo diferenciado e distinto, sob o comando dele os
catopês dançam e cantam fazendo reverência., saúdam a
bandeira. E seguindo os catopês, segue-se a corte em ge-
ral, como o rei, a rainha, os príncipes e todos os outros,
relacionados ao santo ou santa do dia.
Em seguida o andor do santo é carregado, por ho-
mens ou mulheres com roupas da mesma cor da bandei-
ra, sendo acompanhados pelo rei e pela rainha, logo atrás
vem o a banda de música e todo o cortejo.
À aproximação da igreja, os cantos se tornam mais
intensos, e exaltam o reinado:
Ô viva o rei, viva a rainha
Viva a coroa do nosso rei
Ô viva o rei, viva a rainha
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