Page 119 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
rigem à Matriz de São Gonçalo, que é o padroeiro da cidade,
onde será realizado o hasteamento da bandeira, o que dará
início oficialmente a festa. E seguindo este cortejo vai tam-
bém a bandeira do santo ou da santa do dia. No momento
em que a bandeira está sendo hasteada, mordomos, familia-
res, convidados e catopês, em altas vozes anunciam:
Levantou, levantou
A bandeira do mastro levantou
Levantou, levantou
A bandeira do mastro levantou
Em seguida, os catopês dançam e cantam em torno
do mastro, a baraiada, que consiste em uma dança de
movimentos rápidos onde os catopês vão trocando suces-
sivamente de lugar.
Baraiada menino baraiador
Quero ver você baraiar
Olé olá quer ver você baraia
Baraia um, baraia dois.
Quero ver você baraia
Olê olá quero ver você baraia
Baraia dois, baraia três.
Quero ver você baraia
Olê olá quero ver você baraia
Õ baraê olêlê, ô baraê olala
Logo após os integrantes dos catopês se dispersam
pela cidade, indo em direção à casa do seu mestre. Este
processo se dá com todas as bandeiras, a de Nossa Senhora
do Rosário, a do Divino Espírito Santo e a de São Benedito.
2.3 CHEGA O DIA DO REINADO
No dia seguinte ao hasteamento da bandeira, acon-
tece o reinado, exceto no caso do Divino Espírito Santo,
que se chama Império do Divino. Neste dia, por volta das
cinco horas da manhã as pessoas começam a se reunir
para iniciarem a alvorada, onde a comunidade é acorda-
da por fogos de artifício e partem em direção às ruas da
cidade cantarolando suas canções. No clarear do dia se-
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