Page 113 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
cada vez mais pessoas para povoar o lugar, e junto com
essas pessoas que faziam parte do povoamento da re-
gião, no caso brancos, que vinham em busca de trabalho
e riquezas, os acompanhava também um grande núme-
ro de escravos.
Mas como a região era muito violenta, fato comum
nos sertões norte-mineiro, o major não consegue impor
controle sobre a região e seus herdeiros acabam por ven-
dê-la ao Sargento–Mor Jerônimo Xavier de Souza, e com
este algumas famílias de Vila Rica também se estabelecem
na região, trazendo consigo mais negros, que reproduziam
na região as festividades de Vila Rica, “os negros, com recor-
dação de Vila Rica, do monarca, Chico Rei, vestiam-se seus
trajes típicos dançavam nesses dias festivos.” O que pode
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vir a significar o surgimento das festas dos catopês na região.
As terras são distribuídas entre os acompanhantes
do sargento, onde nasceram várias fazendas e engenhos,
o pequeno povoado então irá se elevar ao posto de distrito
sob a jurisdição de Grão Mogol, por volta do ano de 1830.
Num primeiro momento o novo distrito irá se portar à Ita-
cambira, depois a Grão Mogol e por volta da década de
setenta do século XIX é anexado a Montes Claros, o que
irá facilitar a organização administrativa e comercial da
região, que ainda foi anexada com o nome de Brejo das
Almas. No entanto como podemos ver no decorrer da his-
tória, esta situação irá se modificar e a região passa a re-
ceber uma nova nomenclatura, desta vez em homenagem
ao ministro Francisco Sá.
“Pelo Decreto – Lei nº148 de 17 de dezembro de 1938, assinado
pelo Interventor Federal Benedito Valadares Ribeiro, o município
de Brejo das Almas passou a denominar-se Francisco Sá, tendo
como primeiro prefeito o Dr. Arthur Jardim de Castro Gomes. Este
é o breve histórico sobre a criação da cidade. 2
A noção de cidade engloba a sua estrutura física e
1 SILVEIRA. O padre velho. p.26.
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