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André Koehne
Sócio Correspondente
Caetité - Bahia
UMA EPOPEIA SUBTERRÂNEA
A
cidade baiana de Caetité possui uma forte ligação com Minas
Gerais. Além de ter sido, por séculos, ponto de partida de vá-
rios “retirantes” que buscavam no sul maiores oportunidades,
sua emancipação política em 1810 se deu graças ao estabelecimento,
ali, de várias famílias que fugiam às perseguições decorrentes da In-
confidência. Muitas dessas famílias trouxeram, também, a experiência
mineradora que logo se fez útil na exploração das ametistas, descober-
tas ainda no final do século XVIII, num distrito que passou a chamar-
se Brejinho das Ametistas, ou na descoberta de diamantes na Chapada
Diamantina.
Ali, nas “grunas” abertas nos montes, garimpeiros passavam de
geração em geração os conhecimentos adquiridos de forma empírica,
seguindo nas rochas os veios promissores, com um senso de direção
quase inato.
Os “gruneiros” subsistem em Brejinho das Ametistas, terra na-
tal do cantor Waldick Soriano – cuja história familiar confunde-se
com a do próprio distrito.
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