Page 71 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros

                         Enfim, meu amigo, somente uma instituição resistiu
                    galhardamente aos pruridos inovadores dos maiorais da
                    nossa terra. Essa instituição foi a velha e querida “Euter-
                    pe” de todos os tempos... Ela não se preparou com exage-
                    ro. Não mandou buscar nada de fora. Apareceu como sem-
                    pre. E, nos sons alegres e festivos de seus dobrados e de
                    suas marchas, falou à alma popular, franca e sincera, que
                    um protocolo impiedoso baniu de todas as manifestações
                    ao Ministro da Viação.
                         As festas ministeriais marcaram época em Montes
                    Claros. Nunca a nossa querida cidade esteve em tanta
                    evidência. Mas, enquanto em toda parte se entoam loas à
                    “Princesa do Sertão”, fico a pensar em quanto seria maior
                    e mais sincera a admiração dos nossos visitantes , se, ao
                    invés de uma Montes Claros irreal e fictícia, tivessem eles
                    conhecido a verdadeira e inigualável Montes Claros de
                    sempre, com suas tradições, seus costumes e seus incom-
                    paráveis encantos naturais.
                         Belo Horizonte, agosto de 1924. “”

                         Rubem Braga, lançado em jornal por Newton Pra-
                    tes – além de Fernando Sabino e Paulo Mendes Campos -
                    , ao receber o prêmio de “Príncipe da Crônica”, disse em
                    seu discurso de agradecimento: “se me consideram Prín-
                    cipe da Crônica, Newton Prates é o Rei, o grande mestre
                    do jornalismo”.
                         Newton Prates relembrou, em entrevista, sua primei-
                    ra impressão do capixaba Rubem Braga, quando, em 1932,
                    aos 19 anos, chegou à redação do Diário da Tarde, em
                    Belo Horizonte: “A turma da casa não topou muito o jei-
                    tão daquele camarada de ar agreste, mal-ajambrado, so-
                    brancelhas cerradas, rosto fechado, arisco, desconfiado”.
                    A reportagem de estreia, sobre uma exposição de cães,
                    dissolveu a má impressão - e valeu ao novato um convite
                    para ser também cronista. Começou falando, com áspera
                    ternura, de certa “mocinha feia”: “Se você fosse bonita,

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