Page 144 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
O edifício à beira-mar onde funcionava foi constru-
ído na década de 1920 para ser um hotel. Em 1933, com a
regulamentação do jogo, foi transformado no mais famo-
so cassino do país.
Durante o período de liberação do jogo o Cassino da
Urca foi o centro da vida noturna do Rio de Janeiro, com trân-
sito livre de artistas, políticos, homens de negócios, intelectuais
e turistas. Diga-se de passagem, uma atração à parte.
O Cassino Atlântico, no Posto Seis, rivalizava em luxo
com o Cassino da Urca. Possuía palco giratório e as belas
coristas se alternavam com os grandes nomes da música
popular brasileira, artistas que faziam sucesso nas rádios.
Lá se apresentavam Emilinha Borba, Dircinha Bap-
tista, Grande Otelo, Francisco Alves e outros monstros
sagrados do Brasil. Estrelas internacionais em passagem
pelo Rio marcaram sua presença na plateia como Henry
Fonda e Orson Welles.
No bairro de Copacabana, dois grandes cassinos fi-
zeram história; o Cassino Copacabana, localizado nas
dependências do Hotel Copacabana Palace, era destina-
do a sociedade carioca.
Em Petrópolis, na serra fluminense, surgiu o maior
cassino-hotel da América do Sul, o Quitandinha. Com
característica dos cassinos europeus, seu teatro, com três
palcos giratórios, tinha capacidade para 2 mil pessoas.
Na cidade de Guarujá, litoral paulista, o Hotel Cas-
sino La Plage, era frequentado por magnatas paulista-
nos, personalidades nacionais e internacionais. Uma curi-
osidade; foi num dos quartos do La Plage que o inventor
Alberto Santos-Dumont tirou a própria vida, em 1932.
No dia 30 de abril de 1946, o presidente Dutra assi-
nou o decreto-lei que proibiu o funcionamento de cassi-
nos em todo o país. Desempregou milhares de brasileiros
com uma canetada. A notícia do decreto causou estupe-
fação geral. Segundo comentários da época e que ainda
hoje frequenta o imaginário popular, o decreto se deu por
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