Page 135 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
P. 135
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
de Secretário Geral da Prefeitura Municipal, na adminis-
tração do Dr. João Batista Franco, nos anos setenta do sé-
culo passado. Não existia de plano, em minha consciên-
cia, uma relação presente entre o nome e o homem – este
um dos mais importantes brasileiros de todos os tempos.
Regularmente investido como sócio corresponden-
te, ingressei nesta Casa hesitante. Aqui fiz amizades ines-
timáveis, e adquiri saberes que não se podem enumerar.
O enaltecido professor Zanoni Eustáquio Roque Ne-
ves já era meu conhecido, com quem tenho uma convi-
vência fraterna. Membro fundador, como eu, da Acade-
mia de Letras, Ciências e Artes do São Francisco, ele é um
cultor das letras, das artes e das ciências. A sua biografia,
o valor de seu trabalho está parcialmente gravado no sítio
eletrônico da Academia e dele extrai-se que ele “nasceu
na cidade de Pirapora”, nas barrancas do Velho Chico,
“o grande caminho da civilização brasileira”, como defi-
nido pelo historiador João Ribeiro e atestado por Euclides
da Cunha.
No convívio desta Casa, ressalto a reverência a mim
deferida pelo presidente emérito professor Herbert Sardi-
nha Pinto. Foi ele o patrono de minha indicação como só-
cio efetivo e quem levou o meu nome ao Plenário da Casa.
É mister, portanto, que eu relate uma pequena coincidên-
cia, que eu, a essa altura da vida, credito mais à providên-
cia amiga que mero gesto do acaso.
Eu viera para demandar informações sobre a minha
posse e, sem que houvéssemos combinado, encontrei-me
com o professor Sardinha nas escadas de acesso a esta
Casa. Disse-me ele que não havia programado sua vinda
naquele dia, mas uma força inexplicável o havia conduzi-
do até ali.
Conversávamos sobre a posse, quando ele me per-
guntou quem, entre os sócios efetivos, iria fazer a minha
apresentação e eu disse que ficaria honrado se o professor
Zanoni Neves aceitasse a incumbência. Mal acabara de
135