Page 132 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
la, hoje, há uma casa comercial onde se vendem mercado-
rias populares. Na outra esquina com Rua Tiradentes era
a casa de Sá Coleta. No dia dois de fevereiro havia reza
em sua casa e cada pessoa saía com uma lamparina de
azeite com o pavio aceso, cantando, e seguia até os pés do
cruzeiro e a depositava lá, nas pedras. Essa lamparina era
uma vasilha de barro com um cabinho. No dia seguinte,
minha amiga Efigênia Câmara e eu, crianças, íamos lá
pegar quantas panelinhas pudéssemos para fazer guisa-
dos, que muitas vezes não passavam de terra com água.
Anos depois, nessa casa de Sá Coleta, funcionou uma ven-
da do meu tio Tião, que vendia “Secos e Molhados”. como
se dizia na época. Um dia chegou um freguês e pediu:
_ Sr. Sebastião Gomes, me dá um bate?
(Bate era uma certa porção de cachaça)
O meu tio, bem nervoso, batendo com força, as mãos
no balcão disse:
_ Cê qué bate, cê que bate? Gomes é meu irmão rico.”
– ele se referia ao meu pai, Manoel Gomes.
O freguês saiu tão assustado que nunca mais voltou
à venda do meu tio.
Anos depois, na casa de Sá Coleta funcionou uma
farmácia do meu primo Amândio José de Carvalho. Atu-
almente, estão construindo um prédio de muitos andares.
Ao lado ficava a casa da Sr. Pio, fazendeiro. Aí, depois,
foi a casa dos fogões.
Situava, logo após, a casa do Sr. Arcelino Ribeiro da
Cruz, que era esposo de Dona Pomba, que penteava o
cabelo com um coque no meio da cabeça. Eram pais de
Benjamim e Brasiliano, e avós de Cida, Carmélia, Alcilia-
no, Mariinha e Geraldinha, minhas amigas, filhas de Tini-
nho, porteiro da Escola Normal. Hoje, é estacionamento
de carros. Na esquina, moravam os meus tios Ulisses Pe-
reira e Maria Antonieta, irmã da minha mãe. Seu quintal
era um jardim florido.
Na outra esquina, com a Rua Barão do Rio Branco,
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