Page 36 - Instituto Histórico Vol.VIII
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros  Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
          92 anos, em 1988. Ninguém ficava de fora de suas lembranças,
          da Dinha Bernarda, a mãe preta que ajudara a criá-lo, juntamente
          com os seus irmãos Antenor, Valeriano, Du, Maria, João e Joa-
          quim.

               Criou  um  círculo  de  amigos,  mas,  para  as  confidências
          do dia-a-dia, elegeu grandes amigos. No bar do Tito dos Anjos,
          reunia-se sempre naquela mesa com João Mendonça, amigo de
          sempre, desde os tempos de menino; tinham a mesma idade e,
          para fechar o triângulo, no outro vértice, o Dr. Alfredo Coutinho,
          por quem tinha grande admiração. Eram três amigos inseparáveis,
          cada um com seus destinos diferenciados, unidos pela fidelidade
          e amizade.

               Sua generosidade, compartilhada com os amigos, era tam-
          bém do tamanho de sua alma.

               Este foi o nosso Coronel Domingos Lopes da Silva, que tan-
          tos benefícios trouxe, não só para Montes Claros, mas para toda
          a região. Ficou conhecido pelo seu trabalho e marcou sua pas-
          sagem com atos que o tornaram querido e respeitado pela sua
          grandeza. Altissonante foi o seu trabalho e não há como esquecê-
          -lo, pois suas marcas ficaram por onde passou. Vieram outros e
          outros virão, mas ele faz parte da corrente que não pode jamais se
          desfazer da memória de uma era em que, com as dificuldades da
          época, trilhas foram abertas e, na sequência do tempo, amalga-
          madas pelos seus sucessores. Grande em seus propósitos, grande
          nas ações, grande benemérito.  Deixou ele uma imagem para a
          posteridade.

               Esquecê-lo?  Jamais.  Mas  honrar  sempre  a  sua  memória  e
          colocá-la sempre no relevo do crescimento e melhoria da região
          é imprescindível. Dificilmente alguém o viu fazendo propaganda
          de suas realizações e, na verdade, essas foram numerosas.
               A ele, a nossa gratidão, a nossa homenagem e todo o nosso
          reconhecimento.  Cuidemos da memória dos nossos benfeitores,
          pois como diz Henriqueta Lisboa em seu poema “O tempo é um
          fio”:

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