Page 35 - Instituto Histórico Vol.VIII
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros  Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
              tros. Esse último era seu companheiro nos jogos de buraco, uma
              de suas predileções.
                    Em sua casa, com seus filhos, netos e parentes, não era dife-
              rente. Não media esforços para atender sempre, escutando, pon-
              derando e, com sabedoria, dando bons exemplos.

                    Lembramos muito de nosso avô a quase todo instante, sem-
              pre tivemos uma ligação estreita com ele,  sua casa era  a nossa
              casa, e a admiração era mútua, amávamos o nosso avô, e ele por
              nós demonstrava essa grandiosidade de  sentimento e de simpli-
              cidade. Fazia por nós, seus três netos aquilo tudo que podia fazer
              e que estava ao seu alcance. Participou intensamente das nossas
              vidas, educando-nos com os seus valores. Ficou um vazio imenso
              após a sua partida e, em seguida, da nossa Vó, e recentemente
              das duas filhas, restando a eterna gratidão, a imensa saudade.

                    Sua casa vivia cheia de amigos e correligionários, e foi as-
              sim por muitos anos, mesmo quando se retirara da vida pública.
                    De conversa agradável, diversificada, trazia o conhecimen-
              to que  a vida lhe dera espontaneamente, e ele, com perspicácia,
              soubera aproveitar.

                    Falava de política com propriedade e com astúcia, surpre-
              endendo e causando  simpatia até mesmo nos mais doutos se-
              nhores. Genival Tourinho, amigo, ao comentar sobre o seu perfil,
              falou-nos dessa clareza e sabedoria, embora não cursasse nada
              mais do que um curso primário. Era fluente, sendo recebido em
              qualquer repartição e pelos grandes políticos.

                    Durante o centenário de Montes Claros, em 1957, sua casa
              foi  transformada  em um dos  principais  redutos,  por  lá  passan-
              do para uma prosa os grandes políticos, como Tancredo Neves,
              Santiago Dantas, Camilo Nogueira da Gama, juntamente com os
              políticos montesclarenses, Alpheu de Quadros, Geraldo Athayde
              e o jornalista do Jornal do Brasil,  José Carlos de Lima.
                    Contava-nos casos  de sua infância, da sua meninice, sem-
              pre passados na rua de Baixo onde nasceu, viveu e morreu aos

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