Page 32 - Instituto Histórico Vol.VIII
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros  Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
          sua concordância junto a seus correligionários, aceitou retirar sua
          candidatura e apoiar seu parceiro e primo, Hildeberto de Freitas,
          “Deba” que se elegeu vereador. Essa foi mais uma prova de sua
          solidariedade e ausência de egoísmo político, pois sua visão se
          encontrava bem acima de disputas eleitorais.

               Seu reconhecimento como político e como amigo fê-lo me-
          recer uma justa homenagem de seus amigos, o ministro Santiago
          Dantas e o Deputado Camilo Nogueira da Gama. O valor dessa
          amizade foi homenageado ao batizar uma rua na cidade do Rio
          de Janeiro com o seu nome. Incrivelmente, em  sua  cidade, não
          há nenhum logradouro público que leva o seu nome. Amigos, o
          esquecimento consome o conhecimento, rompe e negligencia o
          passado e o nome de grandes homens.

               “Nos tempos idos, mas ficados, seu Domingos era festejado
          (...).” A Gazeta do Norte, de 18/02/1947, nº 1.042, p.3, confirma
          esses dizeres, ao publicar: “Cel Domingos Lopes da Silva – uma
          expressão viva do trabalho, da honradez e da pujança do Mon-
          tesclarense. Um candidato que ausculta a simpatia e preferência
          do povo”. Benefícios de sua iniciativa melhoraram a estrada entre
          Santa Rosa a Montes Claros e Montes Claros a Maria da Cruz,
          feitas  por conta  própria,  sem dúvida,  atendeu  ao bem comum
          e lhe trouxe a gratidão do povo, em vez de lucros pessoais, por
          favorecer o fluxo das atividades agrárias. Estrada difícil, só mais
          acessível a cavaleiros. Isso o levou a outra empreitada e a vencer,
          também, outra dificuldade, ao empreender a construção de uma
          nova  estrada de rodagem pela  serra  de Santa  Rosa,  na  época,
          considerada intransponível. Essas ações tiveram êxito e contaram
          com o apoio da prefeitura e de seus companheiros de Câmara.
               Outros gestos de grande político, não mesclados por con-
          corrências pessoais estéreis, marcaram a vida política de Domin-
          gos Lopes. No governo de Juscelino Kubitschek, assumiu a pre-
          sidência do PTB, sendo vice-presidente João Goulart e Ministro
          do Trabalho Passival Barroso. Criou, em Brasília de Minas, em
          Montes Claros, Januária e Francisco Sá, o SANDU, hoje INSS; o
          IAPI; o IAPFESP e o SAPS/COBAL, também, atualmente incorpo-

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