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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
Em Grão Mogol, cidade que adotou para ser seu refúgio nos
anos de aposentadoria, conquistou legião de amigos. Ali, ele e minha
prima Maria do Carmo – esposa e companheira de todas as horas, e as
filhas -, esmeravam-se em receber os amigos em sua bela e centenária
residência, toda construída em pedra por artífices da cantaria, tendo
um riacho de águas cristalinas a murmurejar no fundo do quintal
arborizado. Fui alvo dessa deferência especial...
A maior proeza do Haroldo, nesse tempo todo de amizade que
nos uniu, foi vê-lo chegar, ano passado, na garupa de uma moto, para
visitar-me no Solar dos Teles, em Porteirinha. Lépido, aos 75 anos,
só bateu as mãos nas pernas da calça, para retirar a poeira, e saímos
para apresentá-lo meu minifúndio rural, que herdei do seu grande
amigo Pequi, como se referia a meu saudoso pai. Os dois, certamente,
já estão no céu colocando a prosa em dia.
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