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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
A caminhada de volta à cidade foi um verdadeiro suplício, pois
o desânimo era visível em toda a turma, além de que o acesso era uma
trilha insinuosa e cheia de grandes pedras aqui e acolá.
Debalde os esforços do mancebo Alberto Graça para animar a
rapaziada. Com voz rouca e melodiosa, ele cantarolava Doce Amar-
gura, música com que Moacir Franco ocupava o primeiríssimo lugar
em todas as paradas musicais das rádios nacionais da época Mal sabia
Alberto que o futuro lhe reservava espaço entre os mais incríveis ta-
lentos do cinema brasileiro dos séculos XX e XXI.
Ele, para quem não sabe, é filho do inesquecível casal Armênio
Graça e Ruth Tupinambá, ilustres personagens do desenvolvimento
de Montes Claros, Sua saudosa mãe, inclusive, foi alçada nas últimas
décadas desse milênio ao pódio de a melhor memorialista da história
da cidade.
Uma reserva cultural, sem dúvida.
Os intrépidos aventureiros olharam para os céus como se agra-
decessem a Deus e aos Santos Protetores assim que escutaram ao lon-
ge o ronco do motor de um carro.
E todos ficaram aliviados quando constataram que o veículo
em questão era uma perua Chevrolet, tendo na direção Sebastião e
Josefina na cadeira do passageiro da frente.
Na verdade, eles estavam preocupados e foram até o inóspito
local em busca do filho Darlan, acabando por “socorrer” toda a turma
de jovens audazes bandeirantes cansados e sem bandeira.
Lapa Grande?
Passados alguns anos. esses mesmos jovens que hoje são adultos
nem se lembram do insólito episódio, mas aprenderam que na atu-
alidade somente existe a atual e encantadora gruta do rico acervo do
Parque Florestal de mesmo nome, do IEF.
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