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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
Por sua estratégica posição geográfica, a cidade de Montes Cla-
ros acabou sendo denominada de Princesa do Norte e é hoje uma das
principais metrópoles do Estado de Minas Gerais.
Não possui esmeraldas, mas seu potencial de riqueza começa
na atividade agrícola e desabrocha no nicho econômico rotulado na
modernidade de prestação de serviços.
Infelizmente, sua população de mais de 400 mil habitantes, das
quais mais de um quarto está em bancos de escolas, inclusive de uni-
versidade e outras instituições de ensino superior, pouco conhece de
suas origens.
Não obstante dezenas de gentes de famílias “quase boas” se ar-
vorarem em donas da cidade.
E de possuírem em seu acervo patrimonial um Museu Regional.
No frigir dos ovos, no entanto, raros são os montes-clarenses
que sabem que um belo dia o famoso e audacioso bandeirante Fernão
Dias Paes Leme passou por essas bandas de Minas Gerais.
E que foi um egresso da sua sonhadora e aventureira Bandeira
na caça das cobiçadas esmeraldas, chamado de Gonçalves Figueira,
que deu início à fabulosa história da um município mineiro chamado
Montes Claros.
O interessante dessa crônica quase-história é que a cidade os-
tenta bustos de aço e ferro de vultos históricos espalhados em suas
praças e avenidas.
Menos o de Gonçalves Figueira!
Do fundador da cidade, para conhecimento geral, há apenas
alguns relatos duvidosos de letras frias e nem sequer um auto-retrato
a lápis para o saber dessa e das futuras gerações.
Pode ser que nos herméticos arquivos da Prefeitura ou da Câ-
mara Municipal se encontre alguma fotografia ou coisa semelhante do
intrépido bandeirante. Pode ser.
O que, além de patético, é lamentável e triste!
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