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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
Por trás da acessibilidade e simplicidade de um povo sem ar-
rogância, descobrimos uma prática hospitalar de primeiro mundo,
aparelhos e procedimentos de última geração. Um só enfermeiro gasta
em torno de cem luvas por dia. Para cada toque num paciente, em
cada parte do corpo, um par de luvas. Não se vê economia no que
se refere às necessidades diárias quanto a exames e aparelhos de alto
custo. Tudo aplicado por uma equipe cujo comportamento redime o
ambiente daquela usual gravidade, tornando-o mais leve e humani-
zado. A educação e delicadeza dos profissionais já funcionam como
parte dos remédios. Muitas vezes vi lágrimas de gratidão nos olhos de
minha irmã, pelo que recebia e como recebia.
Quando teve alta, o referido cirurgião, gentilmente, trouxe-a
em seu carro para o apartamento, para mais uns dias de recuperação
antes do retorno ao Brasil. Prometeu-lhe assistência até a hora do
voo, quando a examinará mais uma vez e a levará pessoalmente ao
aeroporto.
Em meio a tudo isto, olho a bela paisagem posta diante de mi-
nha janela e fico pensando como é a vida, esta alternância de mo-
mentos de paz, alegria, dor e prazer. Quanto à nossa experiência na
Croácia, fica a certeza de que é possível a esperança e podemos, sim,
acreditar no ser humano.
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