Page 157 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
grande passatempo, um exercício de paciência realmente
maravilhoso, uma nova fonte de estudos, um encontro e
reencontro com a arte que tem atravessado séculos de
admiração e encantamento. Enquanto pinto ou enquanto
escrevo, as horas passam como verdadeiros sonhos, inte-
ressantes, cheias de gratificação mental, gostosas mesmo.
E quanto às críticas, principalmente as desfavoráveis, sem-
pre me ajudam muito, contribuem para mudanças e bus-
ca de melhor desempenho.
Na verdade, não sabia a quanto andava, porque sem-
pre ficava muito tempo sem me encontrar com Samuel e
com Konstantin, meus dois orientadores mais exigentes
que, mesmo elogiando, ainda faziam reparos, davam su-
gestões, nunca se mostravam totalmente satisfeitos. Não
falo de Godofredo, porque este nunca achava boa a pin-
tura de ninguém e só raramente dava uma palavra de in-
centivo, tanto faz para velhos como para novos. É que o
bom GG achava a profissão muito sofrida, trabalhosa, di-
fícil. E também para ele, pintura só valia a clássica, a aca-
dêmica, a real nas cores e na forma. Essas invenções nos-
sas são coisas de gente que acha que sabe, mas, não sabe...
Cristina Rabelo, em certa ocasião, olhou quase tudo que
preparei para uma exposição no Centro Cultural, disse
que gostou, mas, perguntou porque eu havia abandona-
do a pintura de flores... Os críticos da família, a Olímpia,
a Wladênia, a Rízzia, a Nádia, estas sempre seguiram cada
trabalho, serviam e servem de feedback no exato minuto de
cada pedido de avaliação.
É o que tem acontecido e não posso me queixar. Não
me têm faltado os melhores e mais proveitosos momentos
nestes mais de trinta anos de trabalho, exatamente quan-
do vou completar os três quartos de século de vida. Pintar
sempre fora uma distração, uma forma de paz interna e
externa, uma evocação de viagens, um rememorar de pai-
sagens. Depois que comecei a pintar, a Natureza jamais
passou por mim (como eu tenho passado por ela), como
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