Page 162 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
P. 162
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
HAROLDO LÍVIO, BARÃO
DE GRÃO-MOGOL
Wanderlino Arruda
Cadeira nº 33
Patrono: Enéas Mineiro de Souza
A história é bem normal de tudo de conformidade
com os cânones do comércio de nossos dias, fruto dos prin-
cípios da oferta e da procura. Negócio de toma-lá-e-dá-cá,
envolvendo naturalmente valores e moedas comuns de
qualquer ato comercial. Só põe romantismo numa opera-
ção dessas quem pode vê-la com olhos de poesia, com tra-
ços românticos de filosofia literária. Em tudo, não resta
dúvida, mesmo nos atos de pura barganha e interesses
outros, a gente consegue dar um colorido de fantasia, bem
própria dos que vivem do trato das artes de das letras.
É que a verdade é bem interessante, amigos. Harol-
do Lívio, cidadão brasileiro, brasilminense de nascimento,
montes-clarense de coração, agora assina um atestado de
amor à terra de Grão Mogol. Assina e paga. Paga com
toda a força que o dinheiro põe e dispõe no mundo mo-
derno, mesmo em se tratando de coisas antigas. Haroldo
Lívio – é bom dizer logo – acaba de efetuar uma transação
comercial de alto coturno na cidade de Grão Mogol. Com-
prou e pagou e tomou posse, com registro em Cartório,
mediante todas a cláusulas, inclusive a de evicção.
Haroldo Lívio, ou melhor, Doutor Haroldo Lívio de
Oliveira, brasileiro, advogado, casado com a socióloga, D.
Maria do Carmo, é hoje senhor de um solar antigo e sen-
sorial na cidade de Grão Mogol. Senhor legítimo de uma
antiga casa, grande e imponente, construída possivelmente
por mãos escravas, de paredes de pesadas pedras, escava-
162