Page 160 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros

                    Conheci, bem de perto, o meu amigo Arlen Santia-
              go, o “seu” Arlen, como muitos por respeito o chamavam.
              Conheci-o, no início da década de sessenta, como compa-
              nheiro de diretoria nos bons tempos do Sindicato dos Ban-
              cários, quando sob a batuta de Raimundo Lírio Brant, fi-
              zemos a primeira greve de Montes Claros, movimento que
              mudou rumos e destinos, abrindo perspectivas para inú-
              meras lideranças. Convivi com ele na organização e no lan-
              çamento e na trajetória vitoriosa do Major Prates, desafio
              que não tinha tamanho para a época, pelas dimensões e
              pelo desprendimento no alargar ruas e criar avenidas e pra-
              ças até então pouco imaginadas a não ser por sonhadores.
              Participei de corpo e alma na campanha política em que ele
              – arquiteto e engenheiro de cidadania - me lançou candida-
              to a vereador e me elegeu para a Câmara Municipal de
              Montes Claros, quando eu tinha apenas 27 anos, passo
              muito importante na minha diretiva de vida.
                    Compartilhei, noites e dias, com Arlen na sua im-
              portante missão de diretor do jornal Diário de Montes
              Claros como nunca vi um espírito de equipe, por ele su-
              pervisionada, funcionar tão bem e com tanta eficiência,
              trabalho e escola ao mesmo tempo. Arlen Santiago sabia
              que a palavra, falada ou escrita, sempre fascinou a inteli-
              gência e maravilhou a emoção, sempre encantou, sempre
              comoveu, sempre convenceu e entusiasmou. O jornalis-
              mo para Arlen, como poema de amor e grito de desafios,
              fez-se altivo, respeitável e respeitado, canto e epopeia, dis-
              curso inflamado e tribuna viva para as reivindicações em
              busca de melhor e mais justa participação social. Para
              Arlen, a verdadeira e perfeita sociedade jamais poderia
              ser justa se não contasse com a participação de todos os
              segmentos do ser e do viver, do pensar e do fazer.
                    Termino, como comecei, com a emoção do agradeci-
              mento a Paulo César, cérebro e bolso, mestre de obra e
              paisagista maior desta praça, centro da família Santiago
              em tudo de grandioso que ela possa sonhar e realizar. O

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