Page 91 - Instituto Histórico Vol.VIII
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros  Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
                    Nos relatos do acontecido, no velho rio, é difícil separar o
              que foi real, do que brotou da imaginação, e por isso continuo a
              pesquisar, quem foi Rotílio, essa figura que assombrou os meus
              sonhos de infância, de medos, de assombrações e lendas. Quem
              foi essa figura lendária que assombrou o nosso sertão?

                    A prova disto está no livro Grande Sertão Veredas, de Gui-
              marães Rosa. Depois de quase cinco décadas de seu lançamento,
              reedições da obra prima ainda se procura elucidar questões do
              romancista.

                    Várias são as controvérsias, mas algumas ganham consen-
              so. Uma delas é que Guimarães Rosa retirou personagens, fatos,
              comportamentos, em suas pesquisas no Noroeste e Norte De Mi-
              nas.
                    - A quase totalidade dos personagens do romance foi iden-
              tificada. Assim explica Levínio Castilho, várias estórias contadas
              por antigos moradores, identificaram coronéis e jagunços asse-
              melhados  aos  personagens:  Riobaldo,  Hermórgenes,  Ricardão,
              Joãozinho Bem-Bem, etc.

                    Alguns traços Zé Bebelo, personagem do citado romance,
              e sintetizados por Alan Viggiano, definem-o “É um misto de can-
              gaceiros  e  aspirante  político,  que  financiado  pelo  governo,  re-
              solvera por ordem naqueles sertões”. Ele fora abandonado por
              Riobaldo, que depois, incorporado aos jagunços contrários, lhe
              dá combate. Nas primeiras refregas os homens de Zé Bebelo, aju-
              dados pelos soldados do governo, vão vencendo e jogando os
              cangaceiros pelo norte.

                    Quem foi Rotílio?

                    De acordo com a pesquisa feita por Levínio Castilho, e en-
              dossada por Saul Martins, antropólogo, especialista em folclore
              e professor da UFMG Zé Bebelo é a encarnação de Rotílio Man-
              duca. Afirmação cabal e conclusiva emanada de duas pessoas de
              Januária, amadurecidas por anos de estudos das coisas do São
              Francisco. De saída, convém dizer que o nome de Rotílio Man-

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