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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
A essa época, segundo ainda o testemunho do Desembar-
gador Velloso, Montes Claros já se firmara como centro agrícola e
pastoril, com comércio ativo, escola normal, telégrafo, imprensa,
contando com cerca de 500 casas de telhas.
Por volta de 1916, o intercâmbio com o Sul se fazia atra-
vés das estações ferroviárias de Buenópolis e Várzea da Palma,
pagando-se um tostão por quilo de mercadoria transportada em
lombo de burros até a via férrea.
Em 1920, com a população da cidade alcançando 5.000
habitantes, o então presidente da primeira Associação Comercial,
o Cel. Francisco Ribeiro dos Santos, inaugurou o primeiro serviço
de iluminação elétrica de Montes Claros.
A estrada de ferro chegara a Corinto em 1906 e a Pira-
pora e a Diamantina em 1914 e caminhava devagar em direção
a Montes Claros, onde finalmente chegou a 1º de setembro de
1926.
Enquanto para Corinto, Pirapora e Diamantina pouco im-
pulso trouxe a ponta dos trilhos, para Montes Claros a chegada
das paralelas de aço e sua interrupção aqui, por quase 20 anos,
consolidou em definitivo sua posição de centro coletor de pro-
dução regional e distribuidor de bens importados. A ponta dos
trilhos trouxe um caloroso alento ao setentrião mineiro. A região
sentiu que novos tempos, mais promissores, se aproximavam.
Estradas estaduais de terra rasgaram o sertão para ligar a
ferrovia aos municípios próximos e longínquos, como Francisco
Sá, Porteirinha, Monte Azul, Espinosa, Salinas, Pedra Azul, entre
outros. E o Cel. João da Silva Maia construiu a estrada para Ma-
ria da Cruz e Januária, que administrou cobrando pedágio até a
encampação pelo Governo do Estado. Cresceu a produção e o
comércio do boi em pé, para as charqueadas e frigoríficos, agora
conduzidos nos trens boiadeiros; expandiu-se a exportação de
algodão, de mamona em bagas, de peles e solas, de cereais, de
toucinho de Montes Claros, como era conhecido o toucinho sal-
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