Page 75 - Instituto Histórico Vol.VIII
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
roa Portuguesa, encontrou uma povoação com mais de 200 casas
e cerca de 800 habitantes, e um crescente comércio de expor-
tação de gado, salitre, couros e peles. O gado bovino e cavalar
era comercializado na Bahia, o salitre ia para Vila Rica e para o
Rio de Janeiro e as peles se destinavam à confecção de sacaria
para o transporte de salitre e algodão. Registra ainda Saint-Hilaire
a produção de milho, feijão e farinha de mandioca e assinala a
existência de intensivo comércio distribuidor local, inclusive de
produtos europeus, recebidos através dos portos da Bahia e do
Rio de Janeiro.
Em 1831 foi o Arraial de Nossa Senhora da Conceição e São
José das Formigas elevado à categoria de vila, com a denomina-
ção de Vila de Montes Claros das Formigas e finalmente em 3 de
julho de 1857 veio a elevação a cidade, com a denominação de
Montes Claros.
Na “Monografia Histórica de Montes Claros”, o Desembar-
gador Antônio Augusto Velloso registra que “em 1892 Montes
Claros exportava por tropas e carros-de-bois cerca de 40.000
meios de solas por ano, e ainda couros crus, toucinho salgado,
carne seca, farinha de mandioca, algodão, borracha de manga-
beira, salitre, tecido grosso de algodão, chapéus de sola, selas,
selins e silhões, redes, cachaça e gado em pé”, referindo-se ainda
à grande feira semanal, aos sábados, que reunia acima de mil pes-
soas entre vendedores, compradores e curiosos “para o comércio
de feijão, arroz, farinha de mandioca, polvilho, toucinho, carne
seca, rapadura e todos os demais gêneros de primeira necessida-
de. O sal vinha de Januária e de outros portos do São Francisco.
O café, à parte pequena safra do município, provinha de São João
Batista, Peçanha, Teófilo Otoni e Rio Pardo. Dos municípios do
Serro, São João Batista e Conceição importava-se o ferro em bar-
ras, cravos, ferraduras e utensílios. O comércio de tecidos, ferra-
gens, armarinhos, louças, molhados em geral, drogas, cobre em
obras e em chapas, chumbo de caça, aço e todos os mais efeitos
e mercadorias estrangeiras ou de proveniência de outros estados,
era feito com o Rio de Janeiro e com a Bahia”.
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