Page 84 - Instituto Histórico Vol.VIII
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros  Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
          papai  ficou  anos  cheio  de  saudosismo  de  Montes  Claros  e  do
          Brejo das Almas, cidades que ele tanto amou. E fez tudo para que
          pudesse voltar, levantando a ideia e ajudando na fundação de
          um Batalhão da PMMG aqui, instituição que tem servido admira-
          velmente à nossa sociedade. E qual o reconhecimento da cidade
          por isso? Vereadores da legislação passada nomearam uma praça
          com seu nome, praça  esta  que jamais  foi  inaugurada  pela  ad-
          ministração atual. A maior homenagem que já lhe prestaram foi
          feita pelos fundadores do Instituto, a que já me referi, nomeando
          uma Cadeira com seu nome, Cadeira esta hoje ocupada por mim.
          Também o 9º Batalhão prestou-lhe algumas homenagens, depois
          de sua morte, às quais jamais compareci, pois os seus filhos não
          foram convidados. É desta forma que as administrações de Mon-
          tes Claros, com raras exceções, tratam seus filhos ilustres.

               Ai  de  Montes  Claros  se  não  fosse  Ruth  a  lembrar  deles,
          como fez com meu pai, em seu primeiro livro. Mas, resta alguém
          que saiba quem foi Geraldo Brejeiro, que deixou vinte e quatro
          obras publicadas, inclusive a História da PMMG, corporação a
          que ele tanto amava, e mais onze outras obras inéditas?

               Ruth,  com  mais  esta  extraordinária  obra,  entra  definitiva-
          mente para a nossa História como uma de suas figuras mais im-
          portantes e representando, também, uma de suas famílias tradi-
          cionais.
               Tudo que eu gostaria de falar sobre Ruth e sua obra já foi
          falado pelo também saudoso poeta João Vale Maurício, Wander-
          lino Arruda e Teófilo Pires. Vejamos:

                “Ruth, com inteligência, ternura e sensibilidade, nos con-
          duz a um maravilhoso passeio ao passado. Visitamos a Montes
          Claros, mocinha-sertaneja, toda cheia de donzelices, meiguices e
          denguices. Ela nos fala da alma do povo e da simplicidade boa,
          grande e encantadora da cidade”. (João Valle Maurício); “(...) De-
          pois de Hermes de Paula deverá vir Ruth Tupinambá Graça. Não
          só deve,  como precisa  que venha.  Precisamos  de alguém  que
          conheça a cidade e sua gente, alguém que goste do trabalho de

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