Page 110 - Instituto Histórico Vol.VIII
P. 110
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
cinquenta anos para fazer. Ele, que foi um homem tantas vezes
incompreendido e injustamente criticado, manteve a integridade
até o fim, deixando um imenso legado de trabalho e respeito ao
dinheiro público para o Brasil. Legado infelizmente atirado, hoje
na lama da corrupção e da mediocridade administrativa. Jusceli-
no foi um grande exemplo de presidente, de político digno e de
rara visão. Em 1957, por ocasião dos festejos do centenário de
Montes Claros e atendendo o convite do prefeito Geraldo Atayde,
recebemos a primeira visita do eterno Presidente JK. Dentre ou-
tras atividades, inaugurou o calçamento de bloquetes em várias
ruas da cidade e visitou a exposição agropecuária daquele ano,
sendo recebido pelo presidente da Sociedade Rural, João Alencar
Atayde, e outras autoridades. Guardo na memória o menino que
eu era, correndo, juntos com outros garotos, atrás do cortejo do
principal mandatário da nação, gritando “Viva, Juscelino!”, Na-
quela época, nem imaginava que iria conhecê-lo pessoalmente,
anfitrionando o grande brasileiro em minhas recepções. No Baile
Senhorita do Ano (hoje Brotos do Ano), de 1968, tive o prazer de
recebê-lo pela primeira vez. JK veio acompanhado do deputado
federal Genival Tourinho, seu particular amigo e um dos políticos
de maior expressão do país. Um homem de desmedida coragem,
demonstrada quando denunciou a famigerada Operação Cristal,
época em que correu risco de vida. Juscelino ficou encantado
com a beleza de nossas moças e dançou com todas – entre elas,
Marilene Mourão, Macir Santos e Eglantine Freire. Quando Eglan-
tine surgiu na passarela, ele me disse: “Essa é digna das passarelas
de Paris”. Na verdade, ela desfilava muito bem, com muita clas-
se, categoria e elegância. JK se disse ainda impressionado com a
beleza da juventude montes-clarense e com o nível de elegância
de nossas mulheres. Especialmente com as “mais elegantes” que,
naquela época faziam grande sucesso na minha lista publicada
na revista Montes Claros em Foco e em paginas especiais do Di-
ário de Montes Claros. JK era um verdadeiro “pé de valsa”, dan-
çou até o amanhecer. Ao sair, cumprimentou-me efusivamente
pelo sucesso da festa, elogiando, a beleza e elegância da mulher
montes-clarense. E prometeu que retornaria para me prestigiar.
110 111