Page 108 - Instituto Histórico Vol.VIII
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
era proibido, “pegava mal” às donzelas namorarem. Isto era uma
grande aventura, pois os pais eram muitos severos.
Mas muitos namoros começavam nos bailes do Casarão da
Fafil, floresceram e se terminavam em casamentos, formando as
tradicionais famílias de nossa cidade, das quais existem hoje mui-
tos netos e bisnetos. Eu mesma conheci o meu “príncipe” num
desses bailes, naqueles momentos alegres e românticos.
Hoje, fecho os olhos e procuro recordar sempre do nosso
primeiro encontro. Estas sacadas, que vejo agora reconstruídas,
foram testemunhas das nossas juras de amor. Casamos-nos e mu-
damos para Belo Horizonte onde moramos dez anos. O destino
trouxe-nos novamente para nossa terra. Nesta altura a Faculda-
de de Ciências e Letras de Montes Claros já estava inaugurada e
funcionava ali. Cheia de entusiasmo, eu resolvi fazer faculdade.
Foi o meu terceiro contato com este Casarão maravilhoso, onde
passei a minha infância e parte de minha juventude. Finalmente,
foi o período mais gratificante da minha vida, eu já contava com
56 anos de idade.
No dia da minha formatura, em 1976, com 60 anos de ida-
de, ao lado do meu marido, rodeada pelos filhos e netos, recebi
o diploma de Pedagogia.
Acredite quem quiser, mas eu tenho razões de sobra para
paparicar esse Casarão, pois ele fez parte de minha vida.
Agora estou realizada, vendo-o tão maravilhoso (como co-
nheci no passado) e espero que nele se instale logo o Museu
Regional do Norte de Minas, para que eu possa mais uma vez
usufruir do seu convívio e dele receber as melhores informações.
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