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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
então proprietário da Casa Amaral, situada na época no cruzamento
da Rua São Francisco com a Rua Juramento, hoje Rua Cel. Antônio
dos Anjos, procurou D. Zizinha para ver se ela poderia fazer para ele
um caderno com todos os números de telefone da cidade. Não havia
por que não o atender. Fez então aquele caderno, do jeito que no
“seu” Amaral desejava. É bem verdade que ela não esperava nenhuma
recompensa, mas como era uma moça bonita, jovem, vistosa, é obvio
que lá no fundo esperasse alguma coisa. Isto é mais do que natural.
Mandou um menino levar o dito caderno. Horas depois aparece o
antigo dono da Casa Amaral muito sorridente, alegre, satisfeito, com
uma caixinha e deu a Zizinha. Ela agradeceu dizendo que não pre-
cisava daquilo. Fazia apenas sua obrigação. Quando “seu” Amaral se
despediu ela abriu a caixinha. Era um batom.
A família de Zizinha veio para Montes Claros em 1932. Na
época ela contava com sete anos de idade. D. Zizinha tem cinco ir-
mãos, hoje eles estão na seguinte situação: Anacleto, aposentado como
funcionário dos Correios e Telégrafos. Dr. Getúlio Romeu Ramos,
advogado, aposentado elo Departamento Jurídico do Banco do Brasil
S.A. Após sua aposentadoria no Banco do Brasil foi assessor jurídico
do Quartel-General do Exercito no governo Geisel, em Brasília, hoje
a convite do senador Maciel, então Chefe da Casa Civil, encontra-se
como assessor jurídico da Casa Civil na Presidência da Republica.
Em Montes Claros fez apenas o curso primário. Quando ingressou
no Banco do Brasil, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde formou-se
em Direito; Nívia, professora; Anísio aposentado como inspetor dos
Correios e Telégrafos, morando, hoje, em Juiz de Fora; Arquimênio,
funcionário aposentado do Banco do Brasil.
SANGUE CIGANO
O velho Capitão Abílio Cândido Ramos parecia correr em suas
veias um pouco de sangue cigano. Gostava muito de viajar. A cidade
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