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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
mato, porém se perguntarem a um Zim Bolão, Zabu, Gilberto dos
Anjos, esportistas do passado, lembrarão logo seu nome.
D Zizinha vem de família ilustre da velha cidade de Rio de
Contas. Sou também testemunha deste alta qualificação, pois, além
de conhecer quase todo o Estado da Bahia, conheço também o nome
das famílias tradicionais da Boa Terra, uma vez que um dos meus
passeios predileto em Salvador era visitar o Instituto Geográfico e
Histórico.
O avô de D Zizinha, o Tenente-coronel José Policarpo Ramos,
foi da Guarda Nacional; seu tio coronel Arlindo Ramos foi também
da Guarda Nacional; seu pai Abílio Cândido Ramos era capitão refor-
mado em tal posto. D. Zizinha ainda mantém objetos relacionados às
patentes dos seus ilustres parentes.
Contando já com 63 anos de idade, o Capitão Abílio Cândido
Ramos veio para Montes Claros, falecendo aqui aos 79 anos, exata-
mente no dia do seu aniversário, 31 de março de 1947.
Além de militar, foi o Capitão Abílio Cândido Ramos um gran-
de ourives. Reformado do Exército dedicou-se à elaboração de obras
de arte, por onde passou. Em Montes Claros, por exemplo, dedica-se
ao ramo de ourives, tanto que fez, dentre grandes obras, o Resplendor
da Imagem de São Sebastião, para a igreja da Matriz. Esta obra prima,
em ouro, ficou por muitos anos exposto, depois desapareceu como
num passe de mágica. Creio que a própria Igreja da Matriz o guardou
para evitar ser roubado. A verdade mesmo é que ela não está lá mesmo
na Igreja.
Quando a família Ramos chegou a Montes Claros foi morar na
Rua Justino Câmara, nº 14, casa hoje de propriedade do fazendeiro
Zizi Rocha, casado com Bela Oliveira, neta de Viriatinho, irmão do
meu falecido padrinho Manoel Viriato de Oliveira.
(*) JORNAL DO NORTE – Montes Claros, 12 e 13 de agosto de 1987. Página 2
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