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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
Alguém imagina que ele não descanse, não tenha lazer e não se
divirta? Ora, mestre Wanderlino está em eterno lazer, porque o traba-
lho, a convivência com o outro, ensinar, aprender, dar de si, liderar,
criar, agitar a vida cultural da cidade, tudo isto para ele já é lazer e di-
vertimento, pois tudo faz com prazer. Para ele não há o peso do dever
e sim a alegria de viver.
Tantas vezes em minha vida precisei dele para um conselho, um
desabafo, uma ajuda nos trabalhos intelectuais e ele sempre a me rece-
ber com o mesmo carinho e a mesma prestimosidade. E isso não é só
comigo que sou amiga, é com qualquer um. Mas, eu lhe devo muito
e disto nunca poderei esquecer. Ele tem me feito crescer em todos os
sentidos! E não acreditem no que ele fala e escreve a meu respeito. Ele
é míope com relação a mim, pois me olha com o sentimento de um
irmão.
Agora, não sou eu apenas que falo; isto é uma unanimidade:
ele é uma das maiores autoridades culturais não apenas do norte de
Minas, mas, quiçá de alhures. É dono de uma memória privilegiada
e passeia com desenvoltura por todos os recantos do Saber: História,
Geografia, Latim, Grego, Linguística, Literatura, Bíblia, Esperanto,
Espiritismo, Filosofia, Semântica, Direito, etc. E, como maçom, ro-
tariano e elista, traz ainda um grande acervo da cultura milenar de
outras culturas.
Sua biblioteca é uma das mais ricas que conheço. Basta uma
vistoria por ela para saber o quanto essa criatura tem lido e estudado
nesta vida.
Meu pai, que foi uma verdadeira enciclopédia, admirava-o
muito e sempre repetia: “Ah, se eu tivesse a memória de Wanderlino”.
Existe até uma conversa que ele toma um medicamento especial para
a memória. Tanto que basta se chegar a uma farmácia local e pedir “o
remédio de Wanderlino”.
Acho que é bobagem falar de seu extenso e rico currículo, pois
todo o mundo intelectual de Montes Claros bem o conhece. O ho-
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