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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
          Oswaldo Alves Antunes, de cujo O Jornal de Montes Claros saiu a
          seleção de crônicas ali elaboradas e publicadas, lembra, o que tam-
          bém fica claro nas palavras sempre especiais de Waldyr Senna Batista.
          Oswaldo Antunes define: “Haroldo mostra em seu livro, às vezes com
          carinhosa ironia, outras com lirismo e saudade, a parte mais amena
          do labor jornalístico: relata casos, referencia pessoas e fatos históricos,
          como se lhe estivesse dando fé-de-ofício. (...)”, livro que contou com
          participação de Antologia da obra “Montes Claros - Sua história, sua
          gente, seus costumes”, do também grande e saudoso historiador Her-
          mes Augusto de Paula (Minas Gráfica Editora - 2a. Edição - 1979).
                Lá no alto Haroldo deve ter sido recebido, em seguida à bela,
          sublime e festiva cerimônia de entrada organizada pela comitiva ce-
          lestial, cercada de seresteiros da terra a entoarem “Amo-te muito” e
          “O Bardo”, além de tantas outras belas (“As mais belas do mundo...”)
          modinhas de João Chaves, por nomes como Dr. Veloso, Urbino de
          Souza Vianna e Hermes de Paula, aos quais tocou a tarefa, segundo
          Haroldo Lívio em seu livro, de cadastrar, minuciosamente, todos os
          dados históricos registrados desde a fundação dos primeiros currais de
          gado, que deram origem à cidade. Ao lado deles, a também grande
          historiadora, recentemente falecida, aos 98 anos de idade, Ruth Tu-
          pinambá Graça, a nossa muito amada, querida e admirada Rutinha,
          que se foi logo após o grande “roqueiro de Moc”, poeta e composi-
          tor Elthomar, e o genial, musical “Sapo na Muda” ou seu parente
          apressado Peré. Sem contarem outros tantos amigos e familiares idos.
          Claro, ao lado deles, o cronista, justa e merecidamente homenageado,
          Nelson Washington Vianna, já a partir do comentário do autor: “...
          dificilmente surgirá alguém que possa sobrelevá-lo em seus méritos de
          estilista e observador arguto dos acontecimentos que fazem o cotidia-
          no da vida encantadora de uma cidade.”

                Nada melhor, pois, para lembrar e homenagear o grande cro-
          nista e extraordinário historiador que ora nos deixa, que transmutar
          Nelson Vianna, o Personagem, nas palavras de abertura do impor-

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