Page 145 - REVISTA 14
P. 145
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
tinha grande carinho. Ela se encontrou com ele recentemente, na en-
trada da Secretaria de Cultura quando ele saia, depois de mais uma
preciosa visita ao nosso setor e, em meio a cumprimentos, conversa
gentil, cortês, afetuosa, ele falou alegremente, de forma bem humora-
da, palavras que acabam inesquecíveis.
Liguei para Magnus Medeiros, amigo comum, no sábado, e
ele, que tanta força e apoio proporcionou à família antes e depois,
relatou-me os fatos. Disse-me optou por não me avisar, porque sabia
quanto ficaria abalada. E concluímos que Deus sabe o que faz, porque
não sei se suportaria - embora lamente muito não ter podido estar
lá o tempo todo - despedir-me dele pessoalmente, em sala da Santa
Casa, que em nada lembra o seu lar cheio de vida, verde, arte e beleza,
distribuídos por todos os cantos e recantos, de forma harmoniosa e
aprazível, por Duca. A bela casa no Todos os Santos sempre decorada,
em momentos especiais ainda mais, com o extremo bom gosto e habi-
lidade artística da amada esposa e mãe de três filhas de ouro, Clarissa
Mônica, Fabíola e Luciana, a mais nova e que vinha levando o pai ao
Cartório que mantém em Porteirinha, depois de algumas delicadas
intervenções cirúrgicas pelas quais ele passou. Falando em Haroldo
e Duca, foram quarenta e oito anos de uma união exemplar, cercada
pelas graças e bênçãos de Deus e pelo amor, desvelo, vigilância, cuida-
do e carinho extremados de Maria do Carmo, que se esquecia, muitas
vezes, de si mesma, a partir das primeiras horas da manhã, para zelar
por tudo que a ele dizia respeito, desde os remédios às refeições, auxi-
liada de perto pelas filhas, chegando a se levantar oito, dez vezes à noi-
te, para ver como ele estava, para resolver o que faltara; para pensar,
detalhar e programar o que fazer por ele e para ele no dia seguinte!...
No coração a dor, na mão, “Nelson Vianna, O Personagem”
(Matéria de Jornal) - Edições Cuatiara -, dedicado aos seus queridos
pais José Luiz e Dalva (in memoriam), exemplar que dele recebi em
18.06.1996: “Para a querida amiga Raquel, com o maior apreço e
admiração, oferece o autor”. O Prefácio de jornalista do valor de um
- 145 -