Page 30 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
P. 30
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
A CIDADE ALTA E A CIDADE BAIXA
Dário Teixeira Cotrim
Cadeira nº 93
Patrono: Simeão Ribeiro Pires
Quando eu vim para Montes Claros, com o objetivo
de dar prosseguimento aos meus estudos, me apaixonei
pela cidade. Pois bem, foi esta a cidade que eu escolhi para
morar, para constituir a minha família e viver o resto de
minha vida. Em vista disso tenho procurado aprender um
pouco de sua história com muito interesse. E assim, retro-
cedendo algumas décadas passadas, encontro-me agora
no início do século XX, quando a cidade de Montes Claros
também trazia no seu bojo os apelidos de “Cidade Alta” e
“Cidade Baixa”.
Mas, o certo é que, em nossa cidade de Montes Cla-
ros o povo leva a sério toda essa falta de analogia vigente
e, em vista disso, cria-se uma política especifica para cada
segmento da sociedade. Segundo o historiador Nelson Vi-
anna os nomes “de baixo” e “de cima” se referiam as resi-
dências dos dois chefes políticos daquela época. O Dr.
Honorato Alves, que era deputado federal, e residia na
parte superior da cidade, e por isso os seus correligionári-
os pertenciam ao grupo político do “Partido de Cima”. E,
por outro lado, o também deputado federal Dr. Camilo
Prates, que morava nas imediações da Matriz de Nossa
Senhora da Conceição e São José, chefiava o grupo políti-
co do “Partido de Baixo”.
Disse ainda Nelson Vianna que “convém esclarecer,
todavia, que esses dois grandes partidos – os únicos da cida-
de – eram igualmente poderosos, contando com respeitáveis
30