Page 107 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
onário e um bom compêndio de ortografia da língua por-
tuguesa...” Sempre preocupado com a formação intelec-
tual da família, dois de seus filhos foram enviados para
estudar no Rio de Janeiro e os outros foram para o Athe-
neu de Diamantina e o Colégio de Mariana. As filhas tive-
ram professores particulares na fazenda. “Muitos de seus
netos e bisnetos graduaram-se em ciência médicas, jurídi-
cas e matemáticas...”
Como político, o Cel. Sá foi sempre republicano.
“Nunca pude entender - dizia ele - como é que um ho-
mem pode herdar o direito de governar os outros.” Ele
acompanhava com cuidado a vida dos políticos brasilei-
ros e tinha, entre eles, acentuadas preferências. Admira-
va Martinho Campos, até o dia em que ele se declarou
um escravocrata, depois dessa declaração, nunca mais
leu os seus discursos no parlamento. Grande admirador
de Theóphilo Ottoni, foi o Cel. Sá também um dos chefes
republicanos rebeldes, no sertão, em 1842. Fazia parte
desse grupo republicano mineiro, entre outros, Theóphi-
lo Ottoni, Antônio Felício, Cônego Marinho, Francisco
José de Sá, Major Domingos Pereira, Cônego Gonçalves
Chaves e João Soares da Costa.
Conta-se que certa vez, acolheu na fazenda do Bre-
jo de Santo André, muitos rebeldes, entre eles, o major
Antônio Felício dos Santos e Vaz Mourão, que vieram asi-
lar-se na Fazenda do companheiro e correligionário do
sertão, o Cel. Sá, fugindo das forças legalistas da Monar-
quia, que os perseguiam. Em consequência, foram man-
dados um alferes e alguns soldados ao encalço do Cel. Sá,
que recebeu dos companheiros vários avisos para fugir. O
coronel se recusou a fugir e, não tardou muito, a escolta
entrou no pátio da sua fazenda. O Cel. Sá fez vir a sua
presença, o alferes, chefe da milícia e, mesmo sabendo que
vieram prendê-lo, indagou-lhe o motivo da longa viagem.
“Viemos prendê-lo, Coronel” foi a resposta, mas o coro-
nel não se abalou, vendo o estado lastimável dele e dos
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