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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros

                    são entre eles, ambos expressam temáticas diferentes. A
                    desertificação não está relacionada com a formação ou
                    ampliação de desertos, assim como também não se con-
                    funde com seca.
                         Desde 1977 é consenso mundial a utilização do chama-
                    do índice de aridez para o estudo da suscetibilidade à deserti-
                    ficação, a partir da metodologia desenvolvida por Thornthwai-
                    te (1948). Tal índice considera a pluviosidade e a perda máxi-
                    ma possível de água pela evaporação e transpiração.
                         De acordo com a Convenção das Nações Unidas de
                    Combate a Desertificação – UNCCD esse processo ficou
                    entendido como “a degradação da terra nas regiões áridas,
                    semiáridas e subúmidas seca, resultante de vários fatores,
                    entre eles as variações climáticas e as atividades humanas”.
                         O Norte de Minas Gerais apresenta grande diversi-
                    dade, tanto no que se refere às características físicas, como
                    clima, relevo e vegetação, bem assim as diferenças relacio-
                    nadas ao caráter socioeconômico com irregularidades en-
                    tre a distribuição de renda, concentração da população e
                    condições de vida. De maneira geral, a região norte do
                    Estado mineiro apresenta tais características semelhantes
                    à região Nordeste do país, tanto que a Superintendência
                    do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE incluiu esta
                    região no seu campo de atuação, por estar inserida no
                    domínio do clima semiárido. Considerada um fenômeno
                    natural e estritamente meteorológico, as secas são recor-
                    rentes em regiões semiáridas. É fenômeno que tem início
                    lento, de longa duração, trazendo grandes efeitos princi-
                    palmente em regiões que sofrem com a indisponibilidade
                    de água, seja em lugares onde a oferta desse bem é menor
                    do que o consumo, ou onde a oferta tenha grande varie-
                    dade. Para a Bacharela Kelly de Oliveira Barros, gradua-
                    da em Geografia pela Universidade Federal de Viçosa –
                    MG, as consequências de um longo período de seca de-
                    pendem não só de sua duração e intensidade, mas tam-
                    bém das condições socioeconômicas e culturais da popu-

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