Page 99 - INSTITUTO HISTÓRICO VOL XI
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros

                    dos gloriosos desfiles que realizamos na Capital Federal,
                    só houve em todo o Batalhão um único pensamento: ser-
                    mos dignos da confiança que depositaram em nós. Se o
                    Soldado João Cordeiro de Aquino, no seu sacrifício cruen-
                    to, passou à história de nossa Unidade, os que lhe sobrevi-
                    veram continuam honrando o nome do Batalhão, para
                    que este cumpra a sua destinação histórica.
                         Os elogios das autoridades federais, estaduais e do
                    povo em geral corroboram nosso ponto de vista de que co-
                    mandamos uma tropa tão aguerrida quanto disciplinada.
                         Na impossibilidade de citar nominalmente todos
                    aqueles que contribuíram para o bom êxito de nossa cam-
                    panha, determino seja consignado um caloroso elogio in-
                    dividual a todos os componentes do 10° BI que estiveram
                    empenhados na campanha fora de nosso Estado, na sede
                    ou nos destacamentos, conforme a determinação superi-
                    or, por ser de justiça..
                         Que o exemplo de nossos bravos companheiros sir-
                    va de estímulo para as gerações vindouras, para que man-
                    tenham sempre elevado o conceito conquistado pelo nos-
                    so glorioso 10º BI.”
                         Ao final deste singelo trabalho, queremos deixar tam-
                    bém a nossa opinião sobre o movimento cívico-militar de
                    1964. Não participamos dele com o 10º Batalhão, mas sim
                    em Belo Horizonte, onde estávamos concluindo o curso
                    de formação de oficiais. Quando aqui chegamos, ao final
                    daquele ano, ainda encontramos bem acesa a chama que
                    refulgiu sobre os caminhos daquela campanha.
                         O povo brasileiro, assim como veio a acontecer no
                    governo do presidente Collor de Melo, foi às ruas e fez a
                    revolução, por entender que eram indignos da pátria os
                    atos então praticados pelos seus governantes. A diferença
                    é que, em 1992, tínhamos um vice-presidente para assu-
                    mir, enquanto em 1964 o presidente deposto já era o resto
                    de um governo vacilante e contraditório que se equilibra-
                    va no poder a partir da eleição do renunciante presidente

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