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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
a Igreja, no seu interior. Desse modo foi dona Germana Maria de
Olinda sepultada ao pé do altar desta capelinha. Aliás, muitas pessoas
eram enterradas no adro das igrejas, enquanto isso os cativos e criados
tinham seus cemitérios sempre nos fundos das igrejas.
Recorrendo aos escritos do padre Murta de Almeida,
encontramos essa assertiva que ilustra muito bem esta nossa crônica.
Vejamos: “Outro dia eu resolvi subir a ladeira. Cheguei à frente da
inocente capelinha onde tantos anos atrás eu tinha feito os primeiros
ensaios do meu sacerdócio. Entrei uma vez que a porta estava aberta.
Foi um susto. Senti-me então sozinho, desamparado, desmotivado
e triste. Mas o que mais me machucou foi a quase convicção de que
aquelas quase ruínas não eram outra coisa senão as consequências do
desmoronamento da fé, do amor, e da cultura no coração dos homens,
no meu próprio coração...”.
Hoje, a capelinha dos Morrinhos está bem cuidada. Ela
representa o cartão postal da cidade de Montes Claros. Ainda bem!
Bonfim da Praça da Matriz até os Morrinhos. O padre Manoel da
Assunção Ribeiro era vigário da freguesia naquela oportunidade.
O batismo da capela teve o nome d Santa Cruz dos Morrinhos,
e não da imagem do Senhor do Bonfim introduzida no seu interior.
Não se sabe qual a intenção de dona Germana em denominá-la com
este nome, uma vez que o seu santo de devoção era São Geraldo. Por
isso mesmo, tempos depois foi colocada ali a milagrosa imagem de
São Geraldo, mas o templo passou a ser conhecido por Igrejinha dos
Morrinhos.
Ainda, admitindo o uso constante das crenças, era comum
enterrar as pessoas devotas, aquelas que mais significassem para
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