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Amelina Fernandes Chaves

                                       Cadeira N. 47

                                       Patrono: Hermenegildo Chaves









                     UMA NOITE DE SOLIDÃO



                     Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas
                         nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.
                                                                 Clarice Lispector


                   em que a gente perceba a ficção dança na minha mente num
                   vai e vem sem trela. Personagens que podem parecer fictícios,
              Smas não são, pois elas existiram e/ou existem no presente ou em
              lugares distantes da minha rica e movimentada infância. Eles foram
              armazenados para logo mais explodir, enriquecendo e alimentando a
              minha criatividade. Vem à tona, soltos e leves como a brisa de uma
              manhã de primavera. Poucos acreditam que a escrita é uma busca no
              fundo do tempo. Pois é.
                    A pessoa a quem me refiro com tanta propriedade é o meu
              saudoso pai, o soldado Antônio Clementino, que teve uma influência
              fantástica na minha gostosa infância. Era ele um homem belo, alegre e
              contador de causos de jagunços e tantos outros, todos inventados por
              ele para nos divertir. Nós, crianças da família simples encantávamos
              com os seus exageros que eram de certa forma fascinante.



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