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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
que iria comprar. Por que eles estariam ali tão cedo do dia? Por ou-
tro lado, o padre disse naquela oportunidade que “meninos acharam
colares, relógios de ouro, brilhantes e muitas peças, debaixo do assoalho.
Carregaram tudo”. Carregaram tudo! Como? Onde estariam os res-
ponsáveis pelo patrimônio da Igreja e por que eles deixaram que isso
acontecesse?
Porventura eu não tenha entendido direito, mas se houve di-
nheiro para a construção de uma nova igreja, por que não haveria
para a recuperação da vetusta igreja do Senhor do Bonfim? Tudo isso
é uma questão de prioridade e interesse. Acredito que a demolição da
velha igreja fosse muito mais rentável para aqueles que estavam à fren-
te desse desserviço. “Operários vendem a madeira, milhares de peças. A
Praça da Matriz, durante três ou quatro dias, é um empório da madeira,
mas os compradores, antes de fechar o negócio, comentavam sobre a igre-
jinha: Não caia de jeito nenhum”. E não caia mesmo, essa é a verdade!
Lamentavelmente, afirmamos que eles cometeram um pecado
contra as tradições da velha Igreja e, ao mesmo tempo, uma profana-
ção ao bondoso Senhor do Bonfim. Em dez dias eles destruíram 250
anos de história. Um fato que hoje enlameia, entristece e envergonha
a bonita lenda/histórica do Senhor do Bonfim. Nota-se que, quando
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