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Daniel Antunes Júnior
Sócio Correspondente
Belo Horizonte - Minas Gerais
LEMBRANÇAS CARAS
LUCROS E PERDAS
uanto mais passa o tempo, mais a alma voa como um pássaro em
demanda da infância. Agora aqueles dias brilham nítidos e claros
Qna minha memória assegurando-me que tudo então foi melhor e
mais radioso do que o mundo de hoje... Assim se expressou Sinuhe - o
egípcio, no início da longa e extraordinária narrativa de sua peregri-
nação por este mundo de Deus.
Assim como aconteceu ao Moisés, de Mika Waltari, todos nós,
pobres mortais, volvemos o pensamento aos primeiros anos de nossa
vida para contemplar, com toda clareza, como numa tela, tudo que
nos ficou de lembranças caras, cotejando-as com a realidade atual.
Chamou-me especialmente a atenção, inserida nas páginas
da Revista do nosso Instituto, a pequena história que o caro amigo
Ponciano Neto nos contou, com expressiva simplicidade e enterne-
cimento, focalizando a figura saudosa de Dona Arinha e a fazenda
Quebradas, que hoje já não é a mesma.
É uma página evocativa, da época de sua infância, que põe
em destaque, a um só tempo, a figura singular, carismática e muito
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