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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
jardins), continuidade visual, origem e destino bem claros, auxiliando
sua identidade e consequentemente contribuindo na formação da sua
imagem.
Dias (2000) observa que, muitas vezes, existe uma prática co-
mum de nomear as vias, a princípio um hábito inocente de vereado-
res, mas em algumas situações uma preocupação para a perenização
da memória de personagens e fatos da história entrelaçados às expe-
riências locais.
A perpetuação da história oficial pode ser verificada
na denominação das vias públicas de todo o Brasil, mas as
cidades, onde o batismo efetivamente ocorre, costumam im-
primir, por conta de sua própria história, contornos especí-
ficos a esse processo. Analisar a organização dos nomes de
ruas de uma cidade é aferir dimensões significativas de sua
relação com a história (DIAS, 2000, p.105).
O autor ainda argumenta que tal estratégia possui limitações,
uma vez que apesar de reconhecidas as homenagens, o critério de sele-
ção se altera com o passar do tempo, ocasionando a alteração dos no-
mes, além é claro, de correrem o risco de perder seu significado e com
o tempo passarem a ser apenas uma placa na rua. Dessa forma, para
que “não se perca o sentido que moveu a nomeação, é imprescindível
o acompanhamento permanente de outros processos de informação
e educação, como o ensino de história e as festas cívicas” (PINSKY,
1988).
Outro aspecto importante, refere-se a forma com que a popu-
lação estabelece uma lógica própria e criativa para se referir a deter-
minados espaços, apropriando-se deles a despeito das exigências legais
necessárias para a autorização do poder público responsável por desig-
nar um nome a uma via.
Situação similar à de várias cidades brasileiras, ocorre na cidade
de Montes Claros que através das homenagens aos principais homens
públicos conta importantes passagens de sua história.
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