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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
               A Lapa D´Água tem espeleotemas raros, como estalactites e es-
          talagmites cascatas e bolos de calcita, cortinas translúcidas, travertinas
          (tipo de rocha calcária) de vários tamanhos e vulcões, sendo estes úl-
          timos de rara ocorrência, em cavernas brasileiras. A Lapa Pintada é
          um abrigo em forma de anfiteatro de mais de 40 km altura. Guarda
          vestígios de fogueiras e ossos de animais mais de 7800 anos. Mas, a
          principal descoberta foram as amostras da vegetação que remontam
          1.200 anos são pelo menos mil pinturas rupestres de temática diversi-
          ficada. A maioria retrata animais, aves e mamíferos da tradição Planal-
          to, elementos geométricos que configuram a tradição São Francisco,
          além de uma gravura em baixo relevo. Também foram encontrados
          restos de animais, vegetais, ossos humanos e cerâmicas, detalha Ane-
          liza Miranda Melo, bióloga com doutorado em Biologia Vegetal e
          gerente do Parque.
               Para o pesquisador Lucas Bueno, o que torna essa região ainda
          mais especial, é o fato de haver ótimas condições de preservação nos
          abrigos, para conservação dos vestígios vegetais “difíceis de serem pre-
          servados nos solos tropicais do Brasil, eles aparecem em abundância
          nos abrigos do parque. São grãos e espigas de milho, sementes de
          aboboras e pequi, vestígios de mandioca e feijão, além de inúmeras
          outras sementes, cascas e frutas de vegetais comestíveis nativos de área
          do cerrado.”
               As pesquisas do Museu de Ciências Naturais estão sendo rea-
          lizadas desde 2006, data da criação do parque, e existem mais de 60
          grutas e abrigos cadastrados, entre elas a Lapa Pintada, com ocorrên-
          cia de pinturas rupestres.



          BREVE HISTÓRICO DA GRUTA
               A pesquisa no Brasil anda a passos lentos, porque desde a fun-
          dação da Faculdade de Filosofia do Norte de Minas – FAFIL, profes-
          sores e alunos levados pela Professora Isabel Rebello de Paula foram

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